quarta-feira, 6 de abril de 2011

Se Delicie com Moderação - Feliz Páscoa




Conheça os benefícios e malefícios do chocolate

Ele está por a toda parte. Na Páscoa, fileiras de ovos de chocolate se multiplicam nos supermercados e nas doçarias, exigindo muita força de vontade de quem não pode ou não quer sucumbir à tentação.

Altamente calórico, o chocolate é o vilão das dietas, mas pode ser consumido com moderação por pessoas saudáveis. Nutritivo, contém vitaminas e sais minerais, além de alto teor de flavonóides --antioxidantes que podem ajudar a reduzir os riscos de doenças cardiovasculares-- e de substâncias precursoras da serotonina --responsável pela sensação de prazer e bem-estar.

Para esclarecer as principais dúvidas e curiosidades a respeito dessa iguaria, ouvimos 17 profissionais da indústria de chocolate e das áreas de dermatologia, endocrinologia, nutrição, otorrinolaringologia, pediatria e psiquiatria.

1. Chocolate faz bem para a saúde?
Alguns estudos, não conclusivos, dizem que os antioxidantes presentes no chocolate amargo combatem os radicais livres, retardando, assim, o envelhecimento, e ajudam a diminuir os níveis de LDL (o mau colesterol) no sangue. Ele contém vitaminas --A, B, C, D e E-- e sais minerais, como o ferro e o fósforo. De qualquer modo, por ser altamente calórico, deve ser consumido com moderação inclusive por pessoas saudáveis. O chocolate ao leite e o branco são os menos recomendados, devido às gorduras saturadas presentes no leite.

2. Qual é a quantidade recomendada por dia?
A Organização Mundial de Saúde não recomenda o consumo de nenhum tipo de doce. Para quem não resiste, o importante é não ultrapassar o limite diário de até 50 gramas, em função dos altos teores de açúcar e gordura.

3. Qual é o mais e o menos calórico?
O chocolate amargo e o ao leite têm praticamente as mesmas calorias.

4. O "diet" engorda? E o "light"?
Como não tem açúcar na composição, o teor de gordura do "diet" precisa ser maior, para garantir a mesma consistência. Em alguns casos, ele chega a ser mais calórico que o chocolate comum, por isso é indicado apenas para diabéticos, não para pessoas com restrição calórica. Já os "light" têm menos gordura e, por isso, menos calorias.

5. Quem não deve comer chocolate de jeito nenhum?

Pessoas sensíveis podem ter enxaqueca provocada por alergias ou devido à ação de substâncias vasodilatadoras presentes no chocolate, além de irritações na pele, no estômago e na mucosa intestinal. A tosse pode ocorrer como manifestação alérgica, embora não seja comum. A diarréia pode ser causada pelo consumo excessivo, devido ao alto teor de gordura, razão pela qual pessoas com problemas no fígado devem evitá-lo. Estima-se também que de 10% a 15% das pessoas com doenças labirínticas tenham problemas com o metabolismo de açúcar.

6. E as crianças? A partir de que idade o consumo de chocolate é liberado?
Ele deve ser desestimulado em qualquer idade, devido ao alto teor de açúcar e gordura. Quanto mais cedo a criança começar a comer chocolate, pior. No primeiro ano de vida, as chances de intolerância à lactose (açúcar encontrado no leite animal) são maiores.

7. Qual o é o efeito dele na pele? Dá espinha? E dos cosméticos à base de chocolate?

Nenhum estudo científico comprova a relação entre o consumo de chocolate e o surgimento de espinhas. Alguns dermatologistas, no entanto, afirmam que pacientes com propensão à acne relatam piora após a ingestão exagerada de chocolate. Já os efeitos de cosméticos e tratamentos para a pele à base de chocolate, disponíveis desde a Antigüidade, são duvidosos. O óleo do cacau hidrata a pele apenas superficialmente, podendo ser usado em peles ressecadas ou envelhecidas, embora existam produtos mais eficazes.

8. Chocolate pode causar dependência?
Sim. Ele contém três substâncias que podem provocá-la: a teobromina, a cafeína e a feniletiamina. Para ser caracterizada como dependente, a pessoa precisa consumir chocolate para se sentir bem ou ter sintomas depressivos quando fica muito tempo sem comê-lo. Geralmente, o problema afeta os indivíduos angustiados e os ansiosos.

9. Como são os chocolates especiais para pessoas alérgicas à lactose e ao glúten?
A maioria dos produtos voltados a pessoas com intolerância à lactose utiliza o leite de soja no lugar do leite de origem animal. Como alternativa, existe o chocolate amargo, que não leva leite na sua composição. Já as pessoas com intolerância ao glúten devem consultar as informações no rótulo do produto para se certificar que o recheio ou os outros ingredientes são livres da substância. Chocolate puro não contém glúten.

10. Por que, ao comê-lo, sentimos melhora de humor e alívio no estresse?
Porque ele contém substâncias que estimulam a produção de serotonina, um neurotransmissor que ajuda a combater a depressão e a ansiedade, além de estimular os centros de prazer e de bem-estar.

11. Chocolate é afrodisíaco?
Dessa crença popular, difundida há séculos, o que se sabe é que ele estabiliza neurotransmissores relacionados a sensações prazerosas, como a dopamina e a serotonina, e favorece a liberação de endorfinas e encefalinas que produzem o prazer.

12. Se a pessoa concentrar o consumo do ano todo na Páscoa, pode ter uma intoxicação?

Ela só vai ocorrer se o chocolate estiver contaminado por alguma toxina. Mas o consumo exagerado pode provocar diarréia.

13. Qual é o prazo de validade de um chocolate? Ele dá algum sinal de que está impróprio para o consumo?
Em seis meses, ele começa a perder o sabor e o aroma, mas pode durar até um ano. Quando é submetido ao calor excessivo, a sua gordura sobe à superfície: o chocolate fica manchado, mas não significa que está estragado.

14. Por que se diz que os chocolates belgas, franceses, suíços e venezuelanos são tão superiores aos brasileiros?
Países europeus, como Bélgica e Suíça, não plantam o cacau que utilizam. Sua fama de fazer bons chocolates decorre dos grãos utilizados, da tecnologia empregada e da tradição --os suíços foram os primeiros a fabricar chocolates ao leite, e os belgas lideram o mercado de produtos voltados a profissionais. Na Venezuela, o grão de cacau é superior ao brasileiro, considerado ácido por alguns.

15. Assim como ocorre com o café e o vinho, as características do chocolate podem variar de acordo com o tipo de solo e de clima?
Sim. A quantidade de calor, de umidade, o tipo de solo e a variedade do grão interferem na qualidade do cacau. Assim como acontece com as uvas, uma pequena variação ou um declive do solo pode alterar o aroma, a textura e o sabor do fruto que dará origem ao chocolate. Quando ele é produzido com grãos de uma região específica, é chamado de chocolate de origem. Os grãos cultivados na América costumam ter um sabor mais marcante de frutas, ervas e flores, dependendo da região.

16. Os chocolates com mais cacau são os melhores?

O conceito é relativo, já que depende do gosto pessoal. Mas, quanto maior a quantidade de cacau, menor a de outros ingredientes que mascaram o seu sabor. Para um chocolate derreter facilmente na boca, a quantidade de manteiga de cacau é determinante, porque seu ponto de fusão é a temperatura do corpo humano: quando entra em contato com o calor da boca, o chocolate derrete.

17. Por que se presenteia na Páscoa com ovos de chocolate?

O costume começou há cerca de 3.000 anos com os chineses, que comemoravam o início da primavera no Hemisfério Norte, oferecendo ovos de pata e galinha pintados em cores fortes. O ritual pagão celebrava a volta à vida, após um inverno rigoroso e os longos meses em que a natureza permanecia coberta de neve. A data coincide com a Páscoa cristã, que marca a ressurreição de Cristo. Com o tempo, o costume se espalhou pelo mundo, e outros materiais substituíram o ovo animal, como a madeira e as pedras. Em meados de 1828, o desenvolvimento da indústria de chocolates na Inglaterra consolidou o produto como matéria-prima nesta época. No Oriente, no entanto, os ovos de chocolate ainda não foram totalmente incorporados à cultura.

Conjuntivite - Prevenção e Orientação




Saiba prevenir a conjuntivite

Você está sentindo uma coceira constante nos olhos, como se houvesse um grão de areia que insistisse em não sair dali? Cuidado: você pode estar com conjuntivite. O oftalmologista Idivaldo Vilas Boas comenta as maneiras de se evitar a forma viral da doença, que está espalhando-se rapidamente por vários estados do país.

Desde o final de fevereiro, um surto de conjuntivite viral tem atingido alguns estados do Brasil. O Centro Nacional de Epidemiologia (Cenepi) da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) foi notificado pelas Secretarias Estaduais de Saúde de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul sobre a ocorrência de aproximadamente 107 mil casos de conjuntivite nesses estados até o momento. Há 19 anos o Brasil não vivia uma epidemia tão grande de conjuntivite infecciosa como a que se vê atualmente.

Segundo as informações recebidas pelo Cenepi, Santa Catarina é o estado que apresenta o maior número de casos, com 47 mil registros, principalmente na região litorânea. Em seguida, vêm São Paulo, com 20 mil casos; Mato Grosso do Sul, com 16 mil; Paraná, com 15 mil; Rio Grande do Sul, com 7 mil; e Ceará, com 672 casos. Estima-se que só na cidade de Paranaguá (litoral paranaense), 30% da população esteja contaminada. Segundo a Funasa, os serviços de saúde dos estados estão em alerta por causa da rápida disseminação.

Vírus identificado

O Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, já anunciou a identificação do vírus responsável pelos surtos de conjuntivite que ocorrem no sul e sudeste do país. Trata-se do enterovírus 70, que já esteve associado a surtos em anos anteriores.

De acordo com o Cenepi, é comum a ocorrência de surtos de conjuntivites virais nesta época do ano. A aglomeração de pessoas nos grandes centros urbanos e o intenso trânsito delas entre as capitais podem ser considerados prováveis causas da rápida disseminação da doença. A epidemia de conjuntivite no Brasil deve avançar por, pelo menos, mais um mês, segundo estimativas de especialistas.

Para falar dos sintomas, prevenção e tratamento dessa doença, o portal entrevistou o oftalmologista Idivaldo Vilas Boas, que avisou: na ocorrência de sinais e sintomas de conjuntivite, deve-se evitar a automedicação e procurar ajuda médica!

O que é a conjuntivite e quais são suas variações?

A conjuntivite é uma inflamação ocular que envolve uma ou mais camadas da conjuntiva, um tecido do olho. Geralmente, é causada por uma bactéria ou vírus, mas também pode ser alérgica ou tóxica. A doença que está em surto, pelas características clínicas e epidemiológicas verificadas, é de origem viral.

A conjuntivite é grave?

O quadro clínico varia de leve a moderado e, nos casos mais severos, pode ocorrer hemorragia conjuntival, dor ocular e edema palpebral. Mas não há motivo para alarde, pois a conjuntivite é uma doença benigna.

Quais são os sintomas?

O paciente sente irritação nos olhos, tendo a sensação de que há areia neles, e dor ocular. Nos primeiros quatro a sete dias, os sintomas são mais acentuados, e eles podem persistir por até duas semanas.

Como ocorre a contaminação?

Por se tratar de um vírus, esse tipo de conjuntivite é transmitida pelo contato físico com a pessoa doente que coçou os olhos com os dedos. Pode se dar pelo aperto de mão e pelo uso de toalhas e piscinas contaminadas. As pessoas com esse tipo de doença podem contaminar outras por até 15 dias desde o início dos sintomas.

Qualquer um pode contrair conjuntivite se tocar em objetos contaminados e levar os dedos aos olhos.

Como se trata a conjuntivite viral?

Não existe remédio para essa doença, mas utilizam-se colírios para aliviar os sintomas e compressas de água fria nas vistas para diminuir a dor. Os usuários de lentes de contato que perceberem esses sintomas devem suspender o uso das lentes. No entanto, as pessoas devem lembrar que a recomendação é procurar sempre um posto de saúde ou o atendimento de um oftalmologista para fazer o tratamento adequado.

E como se faz a prevenção da doença?

O segredo é manter uma boa higiene. Deve-se lavar as mãos com freqüência, usar lenços de papel, evitar coçar os olhos, não compartilhar maquiagem para os olhos, soluções oftálmicas e outros medicamentos com conta-gotas, trocar freqüentemente as fronhas dos travesseiros e evitar locais aglomerados quando se tem notícia da ocorrência de sinais e sintomas de conjuntivite.