sexta-feira, 10 de maio de 2013

PROJETO LEMBRAR - Doença de Alzheimer


As causas da Doença de Alzheimer ainda não são conhecidas, mas sabe-se que existem relações com certas mudanças nas terminações nervosas e nas células cerebrais, que interferem nas funções cognitivas. Alguns estudos apontam como fatores importantes para o desenvolvimento da doença:

• Aspectos neuroquímicos: diminuição de substâncias através das quais se transmite o impulso nervoso entre os neurônios, tais como a acetilcolina e noradrenalina;

• Aspectos ambientais: exposição/intoxicação por alumínio e manganês;

• Aspectos infecciosos: como infecções cerebrais e da medula espinhal;

• Pré-disposição genética em algumas famílias, não necessariamente, hereditária.


No início, os sintomas são pequenos esquecimentos, normalmente aceito pelos familiares como parte do processo de envelhecimento ou altos níveis de estresse que vão se agravando gradualmente, associados, normalmente, à mudança de comportamento.

À medida que a doença evolui, tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros, iniciam-se as dificuldades de locomoção, a comunicação se inviabiliza e passa a necessitar de cuidados e supervisão integral até para as atividades do cotidiano, como alimentação, higiene, vestir-se, entre outros.

Na fase inicial da doença, a pessoa afetada mostra-se um pouco confusa e esquecida e parece não encontrar palavras para se comunicar em determinados momentos; às vezes, apresentam descuido da aparência pessoal, perda da iniciativa e alguma perda da autonomia para as atividades da vida diária.

Na fase intermediária, necessita de maior ajuda para executar as tarefas de rotina, pode passar a não reconhecer seus familiares, pode apresentar incontinência urinária e fecal; torna-se incapaz para julgamento e pensamento abstrato, precisa de auxílio direto para se vestir, comer, tomar banho, tomar suas medicações e todas as outras atividades de higiene. Pode apresentar comportamento inadequado, irritabilidade, desconfiança, impaciência e até agressividade; ou pode apresentar depressão, regressão e apatia.

No período final da doença, existe perda de peso mesmo com dieta adequada; dependência completa, torna-se incapaz de qualquer atividade de rotina da vida diária e fica restrita ao leito, com perda total de julgamento e concentração. Podem apresentar reações a medicamentos, infecções bacterianas e problemas renais. Na maioria das vezes, a causa da morte não tem relação com a doença e, sim, com fatores relacionados à idade avançada.

Uma das dificuldades em realizar um diagnóstico de Doença de Alzheimer é a aceitação da demência como conseqüência normal do envelhecimento.

O diagnóstico de Doença de Alzheimer é feito através da exclusão de outras doenças que podem evoluir, também, com quadros de demências. Por exemplo: traumatismo craniano, tumores cerebrais, acidentes vasculares cerebrais, arteosclerose, intoxicações por efeitos de medicamentos, intoxicação de álcool ou drogas, depressão, hidrocefalia, hipovitaminose e hipotiroidismo.

Porém, atualmente, já é possível realizar um teste denominado avaliação neuropsicológica, que pode mapear os vários aspectos da mente humana, em busca de possíveis pistas de alterações cognitivas (memória), de comportamento e de dificuldades em atuação nos vários aspectos do dia-a-dia (cuidar de finanças, gerenciar a vida e a sua casa, relacionar-se com parentes e amigos, depressão, entre outros). Um dos testes mais comuns é chamado de mini-exame do estado mental, que é relativamente fácil de ser executado e não cansa o idoso.

Mini Exame mental
1. Orientação temporal (0-5): ANO – ESTAÇÃO - MÊS – DIA - DIA DA SEMANA
2. Orientação espacial (0-5): ESTADO – RUA - CIDADE - LOCAL - ANDAR
3. Registro (0-3): nomear: PENTE - RUA – CANETA
4. Cálculo- tirar 7 (0-5): 100-93-86-79-65
5. Evocação (0-3): três palavras anteriores: PENTE – RUA - CANETA
6. Linguagem 1 (0-2): nomear um RELÓGIO e uma CANETA
7. Linguagem 2 (0-1): repetir: NEM AQUI, NEM ALI, NEM LÁ
8. Linguagem 3 (0-3): siga o comando: Pegue o papel com a mão direita, dobre-o ao meio, coloque-o em cima da mesa.
9. Linguagem 4 (0-1): ler e obedecer: FECHE OS OLHOS
10. Linguagem 5 (0-1): escreva uma frase completa
11. Linguagem 6 (0-1)
12. Copiar o desenho.

Total:_____________

Não existe cura conhecida para a Doença de Alzheimer, por isso o tratamento destina-se a controlar os sintomas e proteger a pessoa doente dos efeitos produzidos pela deterioração trazida pela sua condição. Antipsicóticos podem ser recomendados para controlar comportamentos agressivos ou deprimidos, garantir a sua segurança e a dos que a rodeiam.

Geralmente o tratamento é dividido em duas frentes de tratamento:

1- Tratamento dos distúrbios de comportamento: para controlar a confusão, a agressividade e a depressão, muito comuns nos idosos com demência. Algumas vezes, só com remédio do tipo calmante e neurolépticos (haldol, neozine, neuleptil, risperidona, melleril, entre outros) pode ser difícil controlar. Assim, temos outros recursos não medicamentosos, para haver um melhor controle da situação.

2- Tratamento específico: dirigido para tentar melhorar o déficit de memória, corrigindo o desequilíbrio químico do cérebro. Drogas como a rivastigmina (Exelon), tacrina (Tacrinal), donepezil (Eranz), galantamina (Reminyl), entre outras, podem funcionar melhor no início da doença, porém seu efeito pode ser temporário, pois a doença de Alzheimer continua, infelizmente, progredindo. Estas drogas possuem efeitos colaterais (principalmente gástrico) que podem inviabilizar o seu uso. Também, somente uma parcela dos idosos melhora efetivamente com o uso destas drogas chamadas anticolinesterásicos, ou seja, não resolve em todos os idosos demenciados.

Paralelamente, desenvolvemos um tratamento não medicamentoso que inclui atividades cognitivas com os objetivos de estimular o cérebro e tentar retardar a progressão da doença, bem como manter o paciente, o mais autônomo possível, dentro do quadro de Alzheimer.

A Doença de Alzheimer não afeta apenas o paciente, mas também as pessoas que lhe são próximas. A família deve se preparar para uma sobrecarga muito grande em termos emocionais, físicos e financeiros. Também deve se organizar com um plano de atenção ao familiar doente, em que se incluam, além da supervisão sócio-familiar, os cuidados gerais, sem esquecer os cuidados médicos e as visitas regulares ao mesmo, que ajudará a monitorar as condições da pessoa doente, verificando se existem outros problemas de saúde que precisem ser tratados.

A grande arma no enfretamento desta doença é a informação associada à solidariedade. É fundamental este paciente continuar sendo um indivíduo que tem uma doença incurável, mas tratável. Sempre existe algo a se fazer pela sua qualidade de vida .

A grande arma no enfrentamento dessa doença é a informação associada à solidariedade e aceitação da doença. Não podemos esquecer que o portador de Alzheimer continua sendo um indivíduo mesmo que ele não saiba.

À medida que os familiares conhecem melhor a doença e sua provável evolução, vários recursos e estratégias podem ser utilizados com sucesso.

É fundamental que os familiares saibam que sempre há algo a fazer e, por isso, é possível melhorar a qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares. Existem doenças incuráveis, porém não há "pacientes intratáveis".

Como afeta a família

A doença de Alzheimer afeta os familiares de modo devastador. As dúvidas e incertezas com o futuro, a grande responsabilidade, a inversão de papéis onde os filhos passam a se encarregar dos cuidados pelos pais, além da enorme carga de trabalho e sobrecarga emocional, acabam por gerar intenso conflito e angústia no meio familiar.

A sensação de estar só, isolado, desamparado e a inevitável pergunta: "Por que isso está acontecendo comigo?"

Todas essas questões submetem os cuidadores à enorme pressão psicológica que vem acompanhada de depressão, queda da resistência física, problemas de ordem conjugal e familiar, entre outros.

Fonte: http://projetolembrar.org

Nenhum comentário:

Postar um comentário