quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Aids cai 36% em 11 anos, mas ainda mata uma pessoa a cada 3 horas em SP, informa governo


Os novos dados da epidemia de aids no estado de São Paulo, divulgados pela Secretaria da Saúde, apontam que, em uma década, houve queda de 35,7% da taxa de incidência de novos casos notificados de aids em todo o estado. No entanto, a doença ainda mata, em média, oito pessoas por dia no território paulista, o que significa uma morte a cada três hora.

Os dados fazem parte do novo boletim epidemiológico sobre a doença produzido pelo Programa Estadual de DST/Aids.

Em 2000, segundo o boletim, o estado registrou 10.667 notificações de aids, com taxa de incidência de 28,8 novos casos por 100 mil habitantes. Já em 2011 houve 7.706 infecções, com taxa de 18,5 novos casos por 100 mil habitantes. O boletim também afirma que houve queda em relação aos óbitos. Em 2011 foram 3.006 óbitos por aids no Estado, contra 4.181 em 2000, o que representa diminuição de 28%.

Entre os homens houve queda de 23% no número de casos de aids notificados e 31% no total de mortes no período: foram 6.868 ocorrências em 2000, com 2.940 mortes, e 5.270 no ano passado, com 2.019 mortes entre a população do sexo masculino. Já entre as mulheres, em 2000 foram 3.798 casos novos e 1.241 óbitos, contra 2.436 infecções e 987 mortes em 2011. 

“Os números apontam para a estabilidade nas taxas de mortalidade por aids. Mesmo assim ainda ocorre um número expressivo de mortes diariamente no estado. Por isso é muito importante o diagnóstico precoce”, afirma Maria Clara Gianna, diretora do Programa Estadual de DST/Aids.

Rodrigo Pinheiro, presidente do Fórum de ONGs/Aids do estado de São Paulo, se preocupa com um possível aumento de óbitos em decorrência do HIV por falta de investimento na assistência às pessoas com aids. “Com a política adotada pela secretaria – de fechamento de serviços, super lotação e demora no atendimento – a tendência é aumentar o número de mortes”, afirma o ativista.

Rodrigo afirma ainda que as campanhas produzidas pelo governo são muito voltadas ao estímulo da testagem e questiona se a estrutura de assistência oferecida aos pacientes com diagnóstico precoce será eficiente. “Nós somos a favor da testagem, mas somos a favor que o governo tenha estrutura para atender os novos casos. E isso não acontece”, afirma. “O governo deveria estimular a testagem nas populações mais vulneráveis e também ter investimento para atender melhor a demanda de novos casos.”, completa.

Para o presentante da RNP + (Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/aids) no estado de São Paulo, Beto Volpe, “estes dados epidemiológicos não explicitam o aumento do total de pessoas infectadas nos últimos anos. Por ser uma média, estes números não levam em conta fenômenos específicos”, disse. “Sem considerar as mortes em conseqüência dos efeitos colaterais e do envelhecimento precoce. Estas pessoas estão invisíveis. Não se pode ignorar que as raízes desses óbitos estão no HIV”.

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