domingo, 13 de junho de 2021

2020: ano de muitos desafios, aprendizados e resultados

Se 2020 tivesse sido um ano normal, daquele velho normal, por esses dias estaríamos lembrando alguma celebridade olímpica superando recordes, megashows e exposições, discursos em grandes eventos públicos, aquela viagem memorável de férias, protestos nas ruas, conflitos entre países,e corrupções política.

Ainda que muitas dessas cenas tenham acontecido, a retrospectiva de 2020 é muito menos diversa que as anteriores. Quase tudo girou em torno do coronavírus, oficialmente identificado pela OMS em 31 de dezembro de 2019, após relatos vindos de Wuhan, na China, de uma estranha onda de "pneumonia viral".

Nas semanas seguintes, começaram a aparecer notícias de contaminados pela "doença respiratória misteriosa" –assim foi o título do primeiro registro do jornal Folha de S.Paulo, em 17/01/2020 –, que passou a ser a Covid-19, causada pelo Sars-Cov-2, "o novo coronavírus", que, enfim, virou apenas "o vírus".

Na mesma velocidade em que se tornava famoso, ia cancelando tudo pela frente. A partir de março, sua circulação foi escancarada no Ocidente, e o patógeno interrompeu desde planos individuais até os maiores eventos globais. Por fim, dominou os debates, e noticiarios.

A pandemia sem dúvida interferiu nas negociações, e se torno normal ouvir as pessoas se queixando: 

“2020 acabou com tudo”, 
“2020 foi um ano perdido”, 
“2020 a maior crise da história”, 

E assim vai. Não há dúvida de que a crise sanitária gerou uma crise econômica sem precedentes, sobretudo para os comerciantes. A pandemia sacudiu o mundo, acelerando processos e, principalmente, fazendo-nos mudar. Tivemos, compulsoriamente, portanto, que pensar e fazer diferente.
Ano de descobertas
2020, foi um ano de descobertas. As pessoas descobriram que podiam fazer compras do supermercado pela internet. As mães descobriram que faz sentido acompanhar o que seus filhos fazem na escola mais de perto, professores descobriram que a educação a distância faz sentido sim. Empresários descobriram que precisam rever processos e comerciantes perceberam que o comércio eletrônico é, de fato, um concorrente real.

A verdade é que crise não se resolve durante a crise. Você já deve ter ouvido uma lição básica sobre educação financeira que diz o seguinte: é fundamental termos uma reserva financeira com liquidez imediata para conseguir sobreviver pelo menos 6 meses. Quem de nós fez ou faz isso? Em resumo, empresas ruins morrem na crise, empresas boas sobrevivem a crise e empresas excelentes crescem na crise.

Assim, o 2020 foi se transformando, com queda de projetos e surgimento de outros, como as UTIs criadas em contêineres. 

Com o desemprego em massa e o vaivém profissional sendo afetado, o que dizer das viagens de lazer? Segundo a Organização Mundial do Turismo, agência da ONU, foram 900 milhões de turistas internacionais a menos de janeiro a outubro, na comparação com o ano precedente, queda de 72%, levando o setor a patamares de 30 anos atrás.

Os países se fecharam, o tráfego aéreo diminuiu bruscamente, e atrações foram desprogramadas. Outra vítima foi a Olimpíada de Tóquio, um dos adiamentos mais dramáticos ao acabar com a preparação de 11 mil atletas, um impacto financeiro, que vai custar aos japoneses mais US$ 2,8 bilhões, que se somam aos gastos do que deve ser a Olimpíada de verão mais cara da história.

E, se até esses grandes projetos foram derrubados pelo vírus, é difícil agora pensar no lado emocional e psicológico da população, uma data que podemos analisar é o Natal e o Ano Novo. Na Europa, países como Alemanha, Itália, Espanha, França, Reino Unido e Holanda adotaram série de medidas, de toques de recolher a lockdowns nacionais, para limitar deslocamentos e comemorações e evitar que o período de festas faça subir ainda mais os contágios.

Mas, segundo a filósofa e escritora Michela Marzano, esse cancelamento tem significado mais profundo, por mexer diretamente com o psicológico da população, envolvendo religião e costumes. "Depois de tudo, praticamente um ano de pandemia, todos nós esperávamos poder viver um Natal 'normal'. Gostaríamos de vivê-lo como um momento de reencontro e recomeço.
Quem é o culpado?
Difícil, ao ver uma máscara jogada no chão ou a quantidade de embalagens dos deliverys de comida jogadas de forma incorreta, e não pensar na emergência climática.

Escuto muita gente tentando encontrar culpados. A propósito, nós, seres humanos, somos muito bons nisso. Se fossemos tão bom em fazer planejamento quanto somos em culpar pessoas, talvez as coisas fossem um pouco diferentes. Falando em culpa, virou quase um clichê, não é? Tudo é culpa do covid. Estou triste, culpa do covid. Estou desempregado, culpa do covid. Estou doente, culpa do covid. Não tenho dinheiro, culpa do covid. E o covid? Culpa do governo. Nunca, entretanto, a culpa é nossa.

Para Marzano, professora na Universidade de Paris-Descartes, a pandemia nos leva de volta à realidade, após anos de deslocamentos em que avançamos em muitos aspectos e vividos com intensidade. "Do ponto de vista filosófico, temos a prova do fato que existem coisas que não podemos controlar." 

Fonte: revisão bibliográficas, artigos diversos.


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